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Agrotóxicos?

Por Luíza Todeschini e Karoliny Rosa


Agrotóxicos, também conhecidos como pesticidas, praguicida, defensivos agrícolas ou produto fitossanitário são produtos químicos utilizados em lavouras e plantações com o intuito de proteger, prevenir ou repelir dessas plantações possíveis doenças e pragas.


O Brasil alcançou em 2009 o primeiro lugar no ranking mundial de consumo de agrotóxicos e também lidera como maior mercado mundial de agrotóxicos. Ainda, o Brasil possui políticas públicas, como a isenção dos impostos que favorecem o uso e o comércio de agrotóxicos e são apoiadas pela bancada ruralista no Congresso Nacional (LOPES, 2018).


Pelo número alto de produtos químicos empregados em sua composição os agrotóxicos são extremamente nocivos para o ambiente e também para a fauna e flora local podendo contaminar solos e ambientes aquáticos e causar a morte de animais e insetos (LOPES; ALBUQUERQUE, 2018).


O uso de agrotóxicos também afeta diretamente a saúde humana por meio da produção de alimentos podendo levar a intoxicações agudas ou crônicas que atingem em sua maioria trabalhadores rurais, com maior prevalência do sexo masculino e em idade adulta. Já há evidências e estudos de diversas doenças malignas, neurodegenerativas, respiratórias, reprodutivas, de desenvolvimento e metabólicas em relação a diferentes vias de exposição humana a agrotóxicos como carcinogenicidade, neurotoxicidade, pneumotoxicidade, toxicidade reprodutiva, toxicidade de desenvolvimento e toxicidade metabólica. Existe um enorme número de evidências sobre a possível relação entre as exposições a pesticidas e a incidência de doenças humanas como câncer, Alzheimer, Parkinson, esclerose lateral amiotrófica, asma, bronquite, infertilidade, defeitos congênitos, transtorno do déficit de atenção e hiperatividade, autismo, diabetes e obesidade (MOSTAFALOU, 2017).


Um estudo indicou que na Região Nordeste do Brasil foram registrados quase 10 mil casos de intoxicações por agrotóxicos entre os anos de 1999 e 2009, destes a maioria aconteceu no estado de Pernambuco seguido de Ceará e Sergipe (NAKANO, 2016).


Outro estudo, realizado no Brasil, em 2016 demonstra o uso de agrotóxicos em grande quantidade e muitas vezes acima do limite permitido, o referido estudo indicou que mais de 40% das laranjas coletadas na cidade de São Paulo continham agrotóxicos, alguns deles acima do Limite Máximo de Resíduos (LMR) e outros Não Autorizados (NA) para aquela cultura, as maçãs, morangos e tomates coletados na Região Sul também apresentaram a mesma situação de LMR e NA (NAKANO, 2016).


Mesmo com evidências de que agrotóxicos são prejudiciais para nossa saúde e o meio ambiente vivemos um período de retrocesso. Em que no ano de 2018, 450 novos agrotóxicos foram liberados, número que basicamente triplicou desde o ano de 2015. Em 2019, até o mês de julho a contagem de novos agrotóxicos liberados chegou a 290, a maioria considerado de alta toxidade e alguns sendo proibidos em diversos países do mundo.


Palavras-chave: agrotóxicos, saúde, meio ambiente, riscos.


Referências


Desde o golpe contra Dilma, 1,2 mil novos agrotóxicos foram liberados no Brasil. Brasil de Fato. Disponível em https://www.brasildefato.com.br/2019/04/03/desde-o-golpe-contra-dilma-12-mil-novos-agrotoxicos-foram-liberados-no-brasil/. Acesso em 08 ago. 2019.


Governo Bolsonaro libera 51 agrotóxicos e totaliza 290 no ano. Revista Época. Disponível em https://epocanegocios.globo.com/Brasil/noticia/2019/07/governo-bolsonaro-libera-51-agrotoxicos-e-totaliza-290-no-ano.html. Acesso em 08 ago. 2019.


LOPES, Carla Vanessa Alves; ALBUQUERQUE, Guilherme Souza Cavalcanti de. Agrotóxicos e seus impactos na saúde humana e ambiental: uma revisão sistemática. Saúde debate, Rio de Janeiro , v. 42, n. 117, p. 518-534, jun. 2018. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-11042018000200518 . Acesso em 08 ago. 2019.


Mostafalou, S. & Abdollahi, M. Arch Toxicol. Pesticides: an update of human exposure and toxicity (2017) 91: 549. Disponível em https://link.springer.com/article/10.1007/s00204-016-1849-x#citeas. Acesso em 08 ago. 2019.


NAKANO, Viviane Emi et al . Evaluation of pesticide residues in oranges from São Paulo, Brazil. Food Sci. Technol (Campinas), Campinas , v. 36, n. 1, p. 40-48, mar. 2016. Disponível em http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0101-20612016000100040 . Acesso em 08 ago. 2019.


TEIXEIRA, Jules Ramon Brito et al. Intoxicações por agrotóxicos de uso agrícola em estados do Nordeste brasileiro, 1999-2009. Epidemiol. Serv. Saúde [online]. 2014, vol.23, n.3, pp.497-508. ISSN 2237-9622. Disponível em http://dx.doi.org/10.5123/S1679-49742014000300012. Acesso em 08 ago. 2019.

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