PET Nutrição
Restrição alimentar: entenda os riscos para sua saúde
Por Karla Azevedo
Comer é um ato vital e íntimo para os seres humanos. Cada refeição leva a reflexões a respeito da relação com sua cultura, com a natureza, com simbólico e com o biológico (MACIEL, 2001). Diariamente, para cada alimento ingerido atribuímos significados, pois estes tornam-se substância constituinte do corpo.
Uma alimentação saudável tem como base o equilíbrio entre nutrientes e os mecanismos neurofisiológicos que envolvem o ato de comer. A regulação da alimentação envolve mecanismos homeostáticos, que são aqueles fisiológicos, juntamente com os mecanismos hedônicos, que estão relacionados ao prazer, ambos são essenciais para o processo.
O sistema homeostático inclui reguladores hormonais de fome, saciedade e dos níveis de adiposidade, tais como a leptina, grelina e a insulina, hormônios que atuam em circuitos cerebrais no hipotálamo e no tronco cerebral. Já o sistema hedônico consiste no Sistema de Recompensa funcionando como um centro de recompensa onde vários mensageiros químicos, incluindo a serotonina, encefalina, ácido γ-aminobutírico (GABA), dopamina (DA), a acetilcolina (ACH), entre outros, atuam em conjunto (RIBEIRO; SANTOS, 2013). Este mecanismo está diretamente envolvido no prazer proporcionado por recompensas naturais, como os alimentos.
Com isso, restringir de sua dieta alimentos que te proporcione prazer, mesmo que esses possuam alta taxa calórica, pode trazer prejuízos para a sua alimentação. Além disso, manter uma alimentação restritiva pode desencadear comportamentos disfuncionais com a alimentação, prejudicando ainda mais o processo de emagrecimento ou resultando num ganho elevado de peso. Dessa forma, a alternativa indicada é voltar a comer os alimentos que lhe proporcionam prazer, pois eles também fazem parte de uma alimentação saudável.
Palavras-chave: restrição alimentar, sistema de recompensa, riscos, saúde.
Referências
COLL, Anthony P.; FAROOQI, I. Sadaf; O’RAHILLY, Stephen. The hormonal control of food intake. Cell, 129 (2) (2007), pp. 251-262. Disponível em: https://ac.els-cdn.com/S0092867407004473/1-s2.0-S0092867407004473-main.pdf?_tid=4f30ed1a-3f26-4fa8-8eeb-ca640dadd2e4&acdnat=1539220427_e84673b35017de3f75c6cbc3e0b080ef. Acesso em: 14 abril 2019.
MACIEL, Maria Eunice. Cultura e Alimentação ou o que têm a ver os Macaquinhos De Koshima Com Brillat-savarin?. Horizontes Antropológicos, Porto Alegre, ano 7, n. 16, p. 145-156, dezembro de 2001. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-71832001000200008. Acesso em: 10 abril 2019.
RIBEIRO, Gabriela; SANTOS, Osvaldo. Recompensa alimentar: mecanismos envolvidos e implicações para a obesidade. Revista Portuguesa de Endocrinologia, Diabetes e Metabolismo 2013. Disponível em: https://core.ac.uk/download/pdf/82266451.pdf. Acesso em: 14 abril 2019.